domingo, 16 de junho de 2013

Luís !




Abre-se uma luz a primeira que penetra a minha carne, nasço de minha mãe , respiro o meu primeiro fio de ar, que ira tecer toda a minha existência, vejo o mundo que me rodeia , que me olha meticulosamente, como se eu fosse o objectivo da vida. Falam e querem que eu saiba falar.
Não quero saber falar.
Para quê saber falar ? Se falar se reduz a emitir sons, usar palavras em que por vezes nem nós acreditamos; quero falar com Deus que criou a minha alma, mas só o posso fazer se manter a transparência na qual nasci, e irei viver no vazio no nada que o (Homem) não vê porque já viu algo já o conhece.
Vou para casa e passado uns dias cedo;e vou aglomerando conhecimento ,aprendi a andar e a falar , e pelo meu caminho encontrei dois velhos que falam sobre a Morte que tanto os fustiga, eu que não vi ainda a Morte e da qual não me perturba .
Um dos velhos pergunta-me:
-Queres conhecer a Morte ?
E eu respondi prontamente:
Sim.
Os velhos riram-se ingenuamente não sabendo que quem respondia era Deus , e que tudo fazia sentido. Então deparei-me com um mistério:
-Essa dita morte será ela o objectivo da vida e não eu? Todos falavam de ela com respeito e algum receio. Minha mãe amava-me como as outras mães amam os seus filhos ,muito protectoras e maternais. E só de pensar que os mesmos segundos de pensamento e de elementaridade decidiriam a vida ou a morte; os meus pais sempre me reconfortaram, quanto á morte,e fiquei com a ideia que as desgraças só aconteciam aos outros.
Numa tarde á hora de almoço ia e sem ter noção do perigo e foi atropelado, as pessoas que assistiram gritavam e choravam,fechei pela última vez os olhos mirei a minha mãe que chorava, e sem oferecer resistência morri!
E descobri que quem mais sofre é quem fica, pois não sofri parti num segundo, e percebi que aquele «sim» fazia sentido pois prefiro ser eu a conhece-la do que ser eu a ficar . Não amava o meu corpo, felizes aqueles que não amam o que iram perder, pois os que amam o seu corpo irão ter que se despedir dele, agora sei o que acontece aos homens quando morrem, pena minha mãe ter que esperar para descobrir,não lhe posso dizer .O meu corpo alimentou animais e plantas serviu de fonte de vida, a minha alma serve de alimento a Deus que somos todos nós!  


dezasseis de junho de dois mil e treze.

dedicado ao Luís A., que foi chamado ainda pequenino !! Mas que espero que esteja rodeado de LuX e de Bem !




Porescrito





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