sexta-feira, 3 de agosto de 2012

As pessoas das coisas escuras








     No momento em que estas estou screvendo, estas esconjurando, vai brilhando ainda uma certa luz de verão, amornada já pelo final de tarde.
A lua antebrilha no leito que já reclama como seu céu, anunciando toda a prepotência da sua pregnadíssima  entrada imperial.
Hora perfeita, derradeira para a luz e para a penumbra a primeira.
Abandonando-se a lux, se vai abraçando adentrando no escuro, nas coisas pardas, em pessoas pardas, com pensamentos pardos.
As coisas dos escuro e as pessoas que lhe são propensas e lhe sentem a sugestão do reino dos pardos.
Pardo pardas e pardos sim porque o profundo perfeito e absoluto escuro, em nós, não existe.
Há sempre uma fresta, uma frincha, por onde brilha uma luz, mesmo que mínima pequenina, reclamando seu espaço, consumando o pardo.
Julgo até que a nossa alma, vem equipada de série, ab ovo, com uma lucerna, que por toda a nossa vida faz uma lux trémula pequenina, devota, brilhar a uma infinitude qualquer.
A maldição!
Maldição inoculada que nos acompanha pardos e determina pardos a nunca conhecer a penumbra o escuro profundo, onde intocável, repousa virgem, o Todo, o Absoluto, o Mistério.
E nós aqui, os muito pardos, a julgar perceber entender e conhecer. . .

Que Pardos!



pH 5.cinco



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